quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Comendo bem em Minas Gerais - Tiradentes


Eu fiquei só dois dias nessa cidade lindíssima, segunda e terça feira, dias em que parte dos estabelecimentos ficam fechados. Lá abre tudinho a partir da quarta, segunda apenas alguns restaurantes ficam abertos, terça alguns mais (mas não todos). Tiradentes, além de sua arquitetura deslumbrante, é famosa por sua gastronomia e, de fato, eles sabem fazer comida boa.

Se você se der o presente de conhecer essa jóia de cidade, eu recomendo muitíssimo que vá uma noite ao "Tragaluz" (clica que é link).

O restaurante é muito romântico, fica num casarão antigo todo reformado, com pé direito duplo, janelões, paredes de tijolinhos, e a iluminação é à base de velas. Um climão, lindo, muito lindo. A cozinha do Tragaluz é influenciada pela culinária tiradentina, (culinária mineira da região) sendo seu clássico a galinha d'angola.

Lá nós pedimos de entrada um sortido de antepastos (não lembro o nome) di-vi-no! De principal em comi um risoto de arroz selvagem com surubim que estava de babar e meu marido raviolli de cenoura com galinha d'angola também delicioso. De sobremesa...ahhh, a sobremesa...eu fui de sorvete de queijo com calda quente de doce de leite, pra comer chorando e ficar com vontade de viver em Tiradentes.

Uma diversão à parte no Tragaluz é o cardápio. Ele lembra um desses caderninhos que mantemos ao lado do telefone, e em que anotamos os recados, desenhamos, puxamos a setinha pra colocar o número do telefone, aí vem outra pessoa e coloca a lista da feira, um amigo deixa um agradecimento... Uma delícia de ler. Se for sozinho nem vai sentir a solidão, vai fazer romance com você mesmo, a luz de velas, comer bem, se animar com uma garrafa inteira de vinho e ainda rir e se encantar com o cardápio.

Quanto ao preço, vamos assim colocar: não é caro porque vale cada centavo.

Um restaurante que não fomos mas que vamos certamente da próxima é o "Theatro da Villa".

Não posso falar da comida (eles se apresentam como restaurante de slow food, ou seja, comida feita na hora, como a de casa, mas com sofisticação) mas é tão lindo, mas tão lindo, que vale a pena ir nem que seja pra comer só a sobremesa. Ele fica em um antigo teatro, restaurado, é da vontade de chorar de amor quando se está lá dentro. Mas, bom, era segunda, tínhamos que escolher, optamos pelo Tragaluz... e na terça ambos estavam fechados... O que certamente não nos entristeceu, porque encontramos um restaurante mais simples, ao ar livre, chamado Nossa Terra (o restô não tem site mas o Tripadvisor fala dele aqui)  e olha, que surpresa boa!

De entrada pedimos meia tábua de frios e vou mentir não: que fartura!!! Exageiro de comida eu diria! Se tívessemos pedido a inteira não jantaríamos. A tábua veio com tomate seco delicioso (na consistência que pra mim é a melhor, suculento, carnudo, muito bem temperado), azeitonas azapa, queijo brie, gorgonzola, provolone e parmesão. Todos deliciosos. Só que, na minha humilde opinião, prestigiar os queijos e antepastos da região seria uma ótima ideia!

De principal eu fui de risoto de carne serenada que estava muito, mas muito bom e o meu marido de spaghetti ao ragu caseiro com bacon que, segundo ele, foi dos melhores que comeu na vida.

Confesso que não havíamos dado muito crédito ao restaurante e foram uns dos pratos mais deliciosos da viagem. Simples, muito bem feitos, bem servidos e com preço excelente!

Se sua intenção é relaxar em meio a um belo jardim, degustando um café, então a pedida em Tiradentes é o "Marcas Mineiras".

Mais uma da série da vontade de morar ali. O cafe é pequetito quando olhado de fora, mas esconde atrás um jardim lindíssimo, com mesas, caramanchões, sofás... Ele fica integrado a uma loja de decoração com...bem... marcas mineiras. Tapeçaria, decoração, cama-mesa-banho, tudo muito lindo. É juma loja-café; café-loja, com um jardim impecável de brinde. Vale a pena e o expresso, pra quem, como eu (rham-rham), admira um café de verdade, é delicioso.

Ah! E se assim como eu você curte um bom vinho, não deixe de ir ao Pacco Bacco. É uma wine house, ou em bom e velho português uma casa de vinhos com uma adega surpreendente, ambiente lindíssimo, música de qualidade e atendimento espetacular. Eles de fato conhecem do riscado e te recomendam o que pede seu paladar e cabe no seu bolso. A página deles no face é essa.

Por fim, duas curiosidades: tira da cabeça que comida mineira é tutu, polenta, costela de porco frita, pão de queijo e couve. Isso é também comida mineira (e capixaba, e paulista, e de vários lugares do Brasil). Minas é um mundo, portanto na culinária de lá há influência de todos que passaram (e ficaram): indígenas, africanos, portugueses, árabes, italianos... Muita riqueza cultural revelada em sabores que devem ser explorados. Em Tiradentes uma iguaria típica é o "cobó", certamente de origem africana e indígena, que é uma espécie de broa feita na folha de bananeira, ficando com um formato engraçado. O pão de queijo, portanto, não é o principal ingrediente do cafezinho da tarde naquela região. 

Outra curiosidade é que a pequena e linda Tiradentes comporta já há mais de 15 anos o festival gastronômico que acontece todo mês de agosto na cidade. Além dos restaurantes que já existem lá, muitos outros renomados restaurantes e chefs do Brasil e do Mundo montam "barraquinhas" espalhadas pela cidade que, como já era de se esperar, lota de turistas de toda a parte do planeta. Turismo do bom, de altíssimo nível. Se você quiser participar não se esqueça de reservar hotel com antecedência.

2 comentários:

Nathalia disse...

Que eu sou fã de Minas, você já sabe. Mas ler seus posts me dá vontade de sair correndo para lá... <3
Beijo!

Mimi disse...

Vai amiga! É a sua cara, garanto que vão amar cada detalhe!