quarta-feira, 1 de abril de 2015

Paris - como explorar bem

Demorei um pouquinho pra escrever essa continuação, mas está aqui.

Quando eu vou visitar uma cidade grande - Paris, Londres, Roma, Madri, Lisboa, São Paulo, Curitiba... divido a cidade em quadrantes. Essa geometria simples pode proporcionar uma imersão muito melhor na cidade, já que você pode passar um dia inteiro em um pedacinho, outro dia em outro (as vezes serão dois dias pra cada "pedacinho") e se quiser, depois de completar a geometria, dá pra voltar naqueles locais mais cuti cuti, mais fofis, mais...cês sabem... que fazem a gente sonhar.

Pois então, em Paris não é diferente.

Como contei (não contei!?), já visitei a cidade luz três vezes e a melhor delas, pra mim, foi no friozão do inverno (pegamos o pior inverno dos últimos sei lá quantos anos, mas a cidade era mais francesa, menos turística - dentro da possibilidade de Paris, que fique claro - e portanto mais nossa). Foi em fevereiro de 2012 (com direito a Dia de São Valentim...tudo de mais lindo e maravilhoso desse mundo... --- coraçõezinhos ---).

Catei esse mapinha (do site www.joaoleitao.com) aí embaixo para vocês terem noção de como é a cidade. Devo desde já dizer que andar por Paris é muito fácil, no sentido de localização: GROSSEIRAMENTE, é a região da Sorbonne-Quartier Latin-Louxembourg-Saint Germain-Champs de Mars e a Torre do lado de direito do rio (rive droit); a Ile de la Cité com a Sacre Coeur e o Hopital ao centro; e a região do Marrais-Louvre-Tullieries-Petit e Grand Palais-Champs Elisèes-Arc-Trocadéro-Montmartre (rive gauche).


Na minha opinião, tem que tirar 1 dia inteirinho para os nn. 5 e 6; mais um dia para os nn. 7 e 8; outro pra Ile e nn. 3 e 4, outro pros nn. 1, 8 e 16; um para os nn. 9 e 18 e provavelmente um pro Louvre (eu passei oito horas la dentro e não foi o suficiente, mas tive uma crise claustrofóbica quando vi um gato empalhado que quase miou pra mim).

Os nn. 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 18 são pra mim os mais fantásticos. 

No Quartier Latin (5) um passeio magnífico é passar pela famosíssima Rue Mauftard, e comer as delícias que ficam expostas naquelas vitrines. Se não estiver a fim de comer no momento PRESTE ATENÇÃO NESTA DICA DE QUEM É AMIGO: compre e coloque na mochila um vinho pequenininho, água, queijo, baguete (abridor, álcool gel, lenço de papel e canivete é claro que você já estará carregando) e um docinho... uma eclair, um croissant, dois croissant, três, trinta... De lá pode partir em direção ao Panthéon e Sorbonne e dali rumar para Odeon, Rue Bonaparte, aquela região é um sonho, meio medieval, cheia de galerias pequenininhas e lojinhas de arte, arte mesmo, uma mais linda que a outra, artigos de decoração, mini livrarias... depois tome o rumo para o Jardim de Louxembourg, ande a toa, tire mil fotos (pra mim é o jardim mais lindo de Paris e um dos mais lindos do mundo) até achar um cantinho ajeitado para sentar-se (na grama se estiver sol e não estiver úmida) ou em um banquinho e fazer aquele piquenique.  

Se ainda tiver pernas, siga andando mesmo para Saint Germain. A referência é a Boulevard Saint Germain e a Igreja Saint Germain des Près, mas explore toooodo o entorno, na direção do rio e na direção contrária. Se estiver frio vale tomar o vin chaud (vinho quente, ou em bom minerês: quentão) que eles vendem na barraquinha ao lado da Igreja.

Para as meninas: é ali coladinho que fica a City Pharma, a farmácia em que nós piramos (com razão!) pra comprar Avene, La Roche, Vichy (é "vixí", viu gente, não "viqui" que nem o remedinho com cheiro de menta), Bioderma... Fica na esquina da Rue du Four com a Rue Bonaparte (entre metro Saint Germain des Près e Saint Sulpice).

Dali já aproveita a visita a Saint Sulpice, igreja maravilhosa e cheia de história.

Em outro dia, comece já indo pros Invalides, Champs de Mars e Torre (eu subi de escada, não faça isso, a menos que seus joelhos sejam bons). É claro que você, se turista de primeira viagem, vai querer visitar a Torre. Mas, cá entre nós, se não der, fica triste não. Eu gosto mais dela vista de baixo que de cima. De cima há a vista de Paris e tal.. é linda mesmo, mas não vale ficar mais de 2 horas na fila por isso (minha opinião). O entorno da Torre é charmosíssimo, fino, chic (e vocês podem imaginar que o conceito de chic em Paris é um puco mais extraordinário). Passeie...

Dali, se quiser, vá em direção ao Trocadèro (que não tem nenhuma graça) e volte, pra  andar à margem do rio... que é LINDA! Comece pelo lado da Quai Barnly e d'Orsay, aí ATRAVESSE a Pont Alexandre III, umas das obras mais lindas de Paris e vá na direção dos dois museus gêmeos maravilhosos Petit e o Grand Palais, tudo naquele espaço é de tirar o fôlego de tão maravilhoso. Se tiver tempo e disposição, o Museé D'Orsay fica por ali, é lindo de viver.

Outro dia tire pra explorar a Ile de La Citè, a Sacre Coeur (especialmente linda no fim de tarde), o Marais, a Place des Vosges... Eu fiquei particularmente apaixonada pelo Marais, um bairro judeu que ainda guarda bastante características do período pré-Haussmanniano (Georges Haussmann refez toda a urbanização de Paris durante o império de Napoleão III, tornando a cidade aquela lindeza que é hoje), repleta de comércios muito tradicionais. La fica o famoso e realmente delicioso L'aas du Falafel, uma pequena lanchonete que vende um falafel divino; muitas padarias koshes... passages (que são... passagens..., ligando uma viela a outra por dentro de prédios centenários). A dica é: perca-se.

A região do Louvre, Tullieries, Madeleine, Champs Elisèes vai tomar um dia ou dois, a depender de contar com a entrada no museu ou só o passeio pelo lado de fora. O Louvre é gigante, mesmo se quiser só passear pela parte externa dele vai levar umas boas horas, admirando aquele monte de loja de arte. A Champs Elisèes é glamurosa. pelo menos é o que dizem. Eu não acho nada demais. Muito trânsito, muita gente e muito comércio. Saindo Museu e das Tullieries em direção ao Arco, vá pelo lado esquerdo, mais lindo. Explore os entornos.

E um dia você vai querer ir pra Montmartre. Não precisa de um dia inteiro, mas se estiver ali pela Opera Garnier (ma-ra-vi-lho-sa principalmente a noite), Galleries Laffayete, aproveite e rume pra lá. DICA QUENTE: existe um macetinho pra chegar na Sacre Coeur fugindo das centenas de ambulantes (fuja deles, mesmo!!!!! Não olhe nos olhos e ignore completamente. Se você olha, mesmo que de "rabo de olho" eles já vão grudar em você e insistir muito, muito... Eu disse muito? É muito mesmo, a ponto de estragar o momento, o romance e, pros mais sensíveis, o dia!)

Pois então, esse macetinho faz você despistar um bocado desse inconveniente, e ainda te mostra a face mais linda, lúdica, romântica e apaixonante desse bairro que inspirou Van Gogh, Monet, Matisse... mas eu não vou dar a dica aqui, porque a dica é da Lina, do (meu guia favorito) Conexão Paris, uma brasileira-parisiense que destrincha e dá Paris que nem mamão com mel pra gente experimentar: clica aqui que você vai saber como chegar mais lindamente ao topo da montanha (eu fiz o caminho que ela deu, pela Junot). Dica: não coma nos tentadores restaurantes da pracinha lá em cima. É lindo, eu sei, mas a comida é muito mais cara que boa. Na volta, descendo, há alguns bar au vin, pare, tome umas taças com uma tábua de frios com os artistas locais, vale (muito) mais.

Gente, eu não conheço Versailles. Mas sei que é lindo. Se tiver um dia a mais, vá!

Bom, por hoje é só. Quem sabe não faço um post III de Paris falando especificamente de algum canto, restaurante, praça... Vai rolar, fica de olho.

E ja sabem onde encontrar o Em meio a tudo isso no instagram, né: é só procurar por @emmeioatudoisso ou as hashtags #emti #emtidicas #emtiviagens #emtisabores.

Sigam lá!

Beijos,

até breve!!!!!!

Um comentário:

Nathalia disse...

E seu disser que senti o friozinho do inverno, o cheiro das ruas e passagens e o sabor dos queijos e vinhos lendo esse post, você acredita? Paris é meu sonho de infância e fico emocionada só de ler sobre a cidade :)

Obrigada pela delícia de post, Mi... Um presentão! Beijoca e Feliz Páscoa para você e Léo ♥